Marisa Marcelino de Almeida é cria de Olaria na zona da Leopoldina exatamente na Rua Paranapanema. O passaporte para Nega Pelé aos 14 anos, desfilar no “bloco Sai Como Pode”, já extinto, foi a primeira agremiação que ela participou. Seu passaporte junto a sua mãe era o bicheiro João Bek. Mariza chegou a desfilar pela Lins Imperial, mas foi na antiga quadra da Portela, situada entre Oswaldo Cruz e Madureira, a convite de Natal, o então presidente da agremiação, que ficou famosa pelo seu gingado.

No final dos anos 60, ela já seduzia malandros na histórica festa de Nossa Senhora da Penha, com um jeito de sambar único, que envolvia muitos truques e piruetas. Essa sua coreografia do samba no pé que se assemelhava a dribles realizados por jogadores de futebol lhe rendeu o apelido em referência ao rei do futebol. Sendo assim, uma jornalista a época sentenciou “Marisa faz com as sapatilhas na avenida do samba o mesmo que pele faz com as chuteiras em campo”.

Na década de 70, quando Mariza se tornou Nega Pelé, sua fama a levou para Europa e Estados Unidos da América latina. Atualmente, o grande passista Valci Pelé, coordenador da ala Majestade do Samba, carrega o apelido em homenagem a ela, ele foi um de seus afilhados no mundo do samba.

Nega Pele teve uma trajetória no mundo do samba excepcional foi a primeira passista a receber o “estandarte de ouro” do júri do globo, foi destaque do grupo show da Portela. Foi figura permanentemente nas “noitadas de samba” do teatro opinião na montagem da peça gota d’água, no palco do canecão onde Chico Buarque e Maria Bethânia eram os astros, mas quem abria e encerrava os espetáculos era nega Pelé com seu samba contagiante.