Biografia
Elza Soares
Nome:
Elza Soares da Conceição
Nome Artístico:
Elza Soares
Nascida em 1930, na atual Vila do Vintém, favela localizada entre os bairros de Realengo e Padre Miguel, na Zona Oeste da capital fluminense, Rio de Janeiro.
Falecimento: 20 de janeiro de 2022.
Cantora e compositora, um dos maiores nomes da MPB com uma voz rouca marcante, Elza contribui com importantes registros de grandes composições da música brasileira, interpretando e improvisando sobre canções de diferentes gêneros. Recebeu no ano 2000, em Londres, o título de “A Melhor Cantora do Universo” dado pela emissora BBC. Tornou-se a primeira mulher a puxar um samba-enredo na avenida, em 1967, pela Estação Primeira de Mangueira, com o samba mundo encantado de Monteiro Lobato, de autoria Batista da Mangueira, Darcy da Mangueira, Luiz, Dico, Jurandir e Hélio Turco. Ela ainda conduziu o carro em quatro desfiles como a principal voz: em 1979, na escola Acadêmicos Do Cubango, com “Afoxé” e Estácio De Sá, com “Das Trevas Ao Sol, Uma Odisseia Dos Karajás”.
Em 1985, fez parceria com o grande Quinho na União Da Ilha, com “Um Herói, Uma Canção, Um Enredo”; e em 2000, de novo na Acadêmicos do Cubango, com “Por Uma Independência De Fato”. Foi essa a primeira e única vez que Elza Soares comandou um carro de som no atual sambódromo, apesar dele existir em 1985, ela só gravou o samba em estúdio, mas não foi pra avenida, cabendo a defesa do samba neste espaço a Quinho.
Em 1969, não sozinha, ela foi intérprete na avenida da sua escola de coração, a Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1973, com “Rio Zé Pereira” ao lado de Tião da Roça; em 1974, com “A Festa do Divino”. com Ney Vianna; em 1975, com “O Mundo Fantástico do Uirapuru”, também com Ney Vianna; e em 1976, com “Mãe Menininha do Gantois” mais uma vez com Ney Vianna. “Por onde eu fui, cantei meu amor pela escola”, dizia. Sendo a voz principal ou não, ela inovou, pois a época deste espaço, isto é comandar um carro de som em desfile, era um espaço consagrado a homens.
Dona de um sambar diferenciado que Rego, (1994, pg.88) definiu como treme treme ou gelatina, passo pouco usual para um desfile em grande escala como o da Marquês de Sapucaí ou outras avenidas pelo quais o carnaval passou. Segundo sua realizadora, o passo tem como base o miudinho ou sapateado mais brando dando um efeito gelatinoso ao corpo, pois ele treme como uma gelatina. Esse samba mais duro não era usual para as mulheres da época. Em seus shows que não foram poucos, Elza, sempre realizava seu sapateado. Apesar de ser uma cantora de jazz ficou marcada no mundo do samba pelo seu pioneirismo e pelas gravações de sambas antológicos.
Nos anos 60, auge da carreira, fez muito sucesso com discos clássicos como “O máximo em samba” (1967), “Elza Soares & Wilson das Neves” (1968), uma série de três álbuns com Miltinho (“Elza, Miltinho e samba”), verdadeiras aulas de ritmo, e, em 1972, dividiu um LP com o então estreante no mundo do samba Roberto Ribeiro – “Sangue, suor e raça”. Teve sua biografia escrita por Zeca Camargo lançada em 2018.