A nilopolitana Sonia Maria Regina da Silva, conhecida no mundo do samba como Sônia Capeta, quando criança teve a Rua Mirandela, que é uma das principais vias do município de Nilópolis, como palco de suas brincadeiras. Filha de pais evangélicos – estes sendo totalmente avessos a essa manifestação popular por conta de seu credo – Sonia só teve acesso aos ensaios da escola, na ala das crianças, graças a intervenção de China, uns dos fundadores da agremiação. O sucesso foi total: ela se destaca, dentre outras meninas, pelo seu jeito maroto de sambar.

No carnaval de 1988, quando se comemorava a abolição da escravatura, em um período em que as escolas de sambas foram invadidas por modelos brasileiras com destaque internacional (Monique Evans, Vanessa e Luna de Oliveira, Luiza Brunet entre outras) ocupando lugar de destaque no coração das escolas, isto é desfilavam como rainha de bateria. Também foi um período nas escolas de samba em que a alta costura assume este espaço como forma de capitalizar publicidade.

Joãozinho 30 – carnavalesco a época da beija-flor – em uma atitude inusitada elege Sonia capeta – uma menina, periférica, pois foi nascida em Nilópolis, cria da comunidade e da família beija-flor – como rainha da bateria. Elle vem no contra fluxo dos acontecimentos quando coroa uma representante da raça Negra como rainha de bateria Com apenas 19 anos.

Segundo Rego, (1994, 85-86p) o que mais chamou a atenção na passagem da escola com Sonia conduzindo seu secto de ritmistas foi à realização de uma série de infindáveis e evoluções, deslocando-se da ponta dos pés, estes conformam sua inimitável identidade de passista. A maioria dos seus passos são improvisações feitas na hora da apresentação, alguns deles são destacados pela passista como marca pessoal, entre eles estão o que ela chama de bambolê. Garra e ponta leve. Sonia reinou à frente da bateria por 20 anos, até ser substituída por Raíssa de Oliveira, em 2003.

Seu Apelido foi dado por Joãozinho Trinta pelo seu infernal samba no pé e seu rebolado de liquidificador, Sonia Capeta tem um extenso e invejável currículo: passista desde os 10 anos, Sonia é um dos grandes nomes que marcaram a história da Beija-Flor. Vencedora de inúmeros prêmios de Melhor Passista (entre eles, o Estandarte de Ouro em 1994). Capeta tornou-se mãe da comunidade da Beija-Flor e foi nomeada por Laíla como eterna rainha da escola nilopolitana. O palco da agremiação, inclusive, foi batizado com seu nome.