Neide ocupou uma função não feminina no mundo do samba, um espaço predominantemente masculino. O mundo do samba a época era assim dividido entre territórios feminino e o masculino e atores sociais que quebraram esse paradigma é o caso Neide com seu tamborim.

Desde o fim da década de 1970, ela desfila na escola. Por muito tempo, foi ritmista, numa época em que se contavam nos dedos as integrantes femininas nas baterias das agremiações componentes e dedicada aos compromissos da Azul e Branco, Neide Tamborim, como é carinhosamente conhecida, diz ter se surpreendido quando recebeu o título de musa, há dois anos.

Neide lembra de dois momentos de cuidado redobrado na pista, porém, inesquecíveis: em 1986 e em 2002, desfilou grávida de nove meses. Rego,1994 aponta que para além de uma boa pegada de punho, ela entremeava uns passos graciosos de samba miudinho, isto lhe rendeu no ano de 1989 o título de rainha de bateria da Beija flor e ganhou ainda o estandarte de ouro como melhor passista feminino. O ano de 1989 foi promissor para ela, receberia muitos prêmios Para além do tamborim e do samba no pé, ela tem habilidade com outros instrumentos como o surdo de terceira, chocalho, entre outros, esta habilidade musical deu frutos foi escolhida como diretora de bateria da escola de samba leão da vila do bairro de Valinhos em Campinas São Paulo. O motivo dessa aclamação foi: ao receber o prêmio em Campinas observou o certo desarranjo no setor de ritmo da escola, na ocasião não só apontou para a direção da escola como ocupou-se de algumas peças para demostrar a melhor forma de executá-los assim acabou recebendo o cargo de diretor de bateria.

Neide tamborim é ligada ao movimento negro da baixada Fluminense no reduto de Belford roxo onde mora era também estrela dos bailes de funk tendo incorporado algumas das mímicas própria desse ritmo ao seu estilo como sambista uma série de coreografia em que se destaca ali no seu boiadeiro excelência e bate pronto.