Biografia

Xangô da Mangueira

Nome:

Olivério Ferreira

Nome Artístico:

Xangô da Mangueira

Nascido: 19 de janeiro de 1923 – Rio de Janeiro.
Morte em 7 de janeiro de 2009.
Mestre de Harmonia.
Servidor público.

Iniciou sua trajetória no mundo do samba na União de Rocha Miranda, no início dos anos 1940. Atuou na Portela, Lira do Amor e, por fim, na Estação Primeira de Mangueira, onde se destacou. Foi um estilista do samba, improvisador, sobretudo no partido-alto. Sua influência se estende a vários artistas do gênero, entre eles Martinho da Vila. Até 1951, ele era o intérprete oficial da Estação Primeira, sendo substituído posteriormente por Jamelão.

Na década de 40, cabia ao diretor de harmonia dar a “puxada” no samba enredo, isso é, cantar sozinho a primeira passada do samba, no tom certo, para o coral da escola entrar depois. Surgia então a expressão “puxador de samba” – antes restrita ao mundo do carnaval até meados da década de 70, quando o termo passou a aparecer impresso nos selos dos discos de samba-enredo. Detalhe: nos primórdios do carnaval, o diretor de harmonia puxava o samba nos ensaios no terreiro e no desfile SEM microfone ou carro de som.

Na década de 1970, Xangô da Mangueira gravou quatro LPs pela gravadora Tapecar e desenvolveu extensa atividade artística, apresentando-se como cantor em todo o Brasil e no exterior. Como compositor, teve diversas obras gravadas por cantores como Clara Nunes e Roberto Ribeiro. Entre seus maiores sucessos: “Moro na roça”, “Quando eu vim de Minas”, “Recordações de um batuqueiro”, “Senhor diretor de harmonia”, “Isso não são horas”, entre outras.

Origem do Apelido Xangô

Embora tenha feito fama com o nome do orixá da justiça, do fogo, dos raios e das tempestades, e de ter frequentado terreiros, Xangô da Mangueira era um adepto do budismo, ao qual foi apresentado pela esposa Sônia, com quem viveu durante 22 anos.

O apelido surgiu ainda na adolescência, quando o compositor trabalhava numa fábrica de tecidos no bairro de Del Castilho, na zona norte do Rio. Olivério gostava de apelidar as pessoas, e passou a chamar um colega de trabalho de Macumba. O colega aceitou, e notou que Olivério tinha a cara de um desenho do orixá Xangô impresso em um calendário de parede no escritório onde ambos trabalhavam. O apelido acabou pegando. No carnaval, três personalidades levaram o apelido de Xangô: Joel Toledo, do Morro de São Carlos (Xangô do Estácio); o professor de história Júlio Machado, que a cada ano desfilava pelo Salgueiro fantasiado de Xangô (o padroeiro da escola), sendo chamado pelos mais próximos de “Xangô do Salgueiro”, e finalmente, Olivério Ferreira, o Xangô da Mangueira.

Responsável por imprimir um andamento mais acelerado nos desfiles, este fato fez toda a diferença para os brincantes das escolas de samba, em especial, os passistas, que para acompanhar o novo ritmo da escola mudaram a forma de samba.

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